segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Onde está o amor?

As coisas têm sido particularmente engraçadas para mim ultimamente, depois que fiquei dodói e comecei a fazer tratamento médico sério.

A vida tem sido uma verdadeira montanha-russa. Às vezes me sinto triste por demais, porque a dor é muito forte, aí nada dá certo e dá vontade de mandar tudo à puta-que-o-pariu.

Mas há dias que valem muito a pena, e nos quais sinto uma felicidade tão intensa, que dá vontade de dividir com todo mundo a minha alegria.

Como hoje, por exemplo. Meu final de semana foi maravilhoso. Aproveitei o sol, meu trabalho rendeu, lavei roupa, cozinhei, cuidei do cabelão, deixei a casa uma graça, as nossas coisas todas organizadinhas. Eu e o Beto até fizemos a decoração de Natal, com um móbile de anjinhos e um Papai Noel fofucho.

Acordei tão em paz que nem parecia segunda-feira!! E cheguei no trabalho toda animada, pronta pra mais uma semana: - Bom dia, USP!!!
Que nada. Todo mundo com cara de bunda, mal se falando. Aquela velha guerrinha silenciosa diária, em que todos estão descontentes e magoados uns com os outros, mas ninguém tem coragem de dizer na cara por quê.

Hoje ficou decidido que o amigo secreto de final-de-ano não vai dar certo, porque na hora H todo mundo desistiu, tamanho o clima pesadão que paira sobre o nosso sagrado local de trabalho, nossa segunda casa, nosso ambiente potencializador de relações interpessoais, onde construímos a cada dia a nossa dignidade. (influências das redações do Enem sobre a minha cabeça, rsrs).

Todo mundo reclamando sobre o tal "prêmio cala-boca" de final de ano, que o Reitor ainda não pagou pra gente, e acho que não vai vir mesmo. Oh céus!! e eu cantarolando feliz da vida, e pensando o que fazer com o meio-meio-salário que vou receber no 4º dia útil, totalmente fudido por causa das faltas e idas ao médico.

Almocei sozinha no Bandejão e, tomando o meu suco de sei-lá-o-quê (hoje era verde), perguntava para o James Brown no meu MP3: cadê todo mundo? Aquela comida estava tão gostosa, o bife com creme de milho tão divino, e eu ali aproveitando tudo sozinha!!

Nos minutos restantes do almoço, estava eu gozando a fresca da brisa quando uma colega do outro setor encostou, e perguntou como eu estava. Entusiasmada com o solzão lindo eu respondi que estava me sentindo ótima!! Ao que ela respondeu:
- Ué!! mas há um mês atrás você não estava com depressão?
- Sim, mas eu já estou melhor!! :)
- E o anti-depressivo, ainda tá tomando?
- Não, já acabou.
- Mas o que você tem, afinal? Tá toda inchada. =/
- Eu estou tomando cortisona, mas é só para controle, é pra não sentir dor. Eu estou me sentindo ótima hoje!! Desencana! :)
- Xiiii... Num sei não. Meu pai morreu desse mesmo negócio aí que você tem, de esclerose múltipla. Isso aí mata, viu?? E é melhor voltar a tomar o anti-depressivo, senão eu num dou 15 dias pra você ter uma recaída de novo.

Meu primeiro e primitivo impulso foi mandar essa criatura tomar no olho do seu cu, com todas as minhas forças. Me fingi de morta e saí andando, mas fiquei pensando nisso o dia inteiro. Puxa vida!! Será que custava a figura dizer que estava feliz com a minha recuperação? Ou, se a pessoa não gosta de mim, por que não ficou quieta??

Sabe, meu ex sempre me dizia que neste mundo há mais pessoas que nos querem mal do que bem, e o Beto diz igualmente que é perigoso anunciar aos quatro ventos a nossa felicidade, porque isso desperta inveja e ódio nas pessoas. Eu me recuso a acreditar nisso. Será possível que, a essa altura dos campeonatos, ainda existam pessoas que sintam prazer com a tristeza dos outros, que fiquem literalmente sambando quando a gente está sofrendo, e se mordam de inveja quando a gente está feliz?

Não sei mais o que pensar. Só sei que não estou nem aí. Citando Galvão e Moraes Moreira, vou continuar mostrando como sou, e sendo como posso. Não quero ter medo de mostrar a ninguém a minha felicidade e a minha superação, e de dizer que estou melhor a cada dia. Fodam-se todos os invejosos, foda-se todo mundo. Mas quem quiser ser feliz comigo me acompanhe. :)


Where Is The Love?
Black Eyed Peas

What's wrong with the world, mama?
People livin' like they ain't got no mamas
I think the whole world addicted to the drama
Only attracted to things that'll bring you trauma
Overseas, yeah, we try to stop terrorism
But we still got terrorists here livin'
In the USA, the big CIA
The Bloods and The Crips and the KKK
But if you only have love for your own race
Then you only leave space to discriminate
And to discriminate only generates hate
And when you hate then you're bound to get irate, yeah...
Badness is what you demonstrate
And that's exactly how anger works and operates
Nigga, you gotta have love just to set it straight
Take control of your mind and meditate
Let your soul gravitate to the love, y'all, y'all...

People killing, people dying
Children hurt and you hear them crying
Would you practice what you preach
Or would you turn the other cheek?
Father, Father, Father help us
Send us some guidance from above
'Cause people got me, got me questioning
Where is the love?

It just ain't the same, always unchanged
New days are strange, is the world insane?
If love and peace is so strong
Why are there pieces of love that don't belong?
Nations droppin' bombs
Chemical gasses fillin' lungs of little ones
With the on going suffering as the youth die young
So ask yourself is the loving really gone
So I could ask myself really what is going wrong
In this world that we livin' in people keep on giving in
Making wrong decisions, only visions of them dividends
Not respecting each other, deny thy brother
A war is going on but the reason's undercover
The truth is kept secret, it's swept under the rug
If you never know truth then you never know love
Where's the love? y'all, come on (I don't know)
Where's the truth? y'all, come on (I don't know)
Where's the love? y'all...

People killing, people dying
Children hurt and you hear them crying
Would you practice what you preach
Or would you turn the other cheek?
Father, Father, Father help us
Send us some guidance from above
'Cause people got me, got me questioning
Where is the love?

I feel the weight of the world on my shoulder
As I'm getting older, y'all, people gets colder
Most of us only care about money making
Selfishness got us followin' in the wrong direction
Wrong information always shown by the media
Negative images is the main criteria
Infecting the young minds faster than bacteria
Kids act like what they see in the cinema

Yo', whatever happened to the values of humanity
Whatever happened to the fairness in equality
Instead in spreading love we spreading animosity
Lack of understanding, leading lives away from unity
That's the reason why sometimes I'm feeling under
That's the reason why sometimes I'm feeling down
There's no wonder why sometimes I'm feeling under
Gotta keep my faith alive till love is found.

People killin', people dyin'
Children hurt and you hear them cryin'
Would you practice what you preach
Or would you turn the other cheek?
Father, Father, Father help us
Send us some guidance from above
'Cause people got me, got me questionin'
Where is the love?
Where is the love?
Where is the love?
Where is the love, the love, the love?...

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Equalize

Olha, não sou lá muito fã da Pitty não... Mas adoro esta música em particular.
A menina mandou bem pra cacete, nesta combinação de poesia doce, simples, direta, com pesados arranjos instrumentais.
E está maravilhoso o baixo mutante do Liminha.

Fazia tempo que eu não ouvia essa balada. Hoje estou tocando até desentupir o ouvido. =P
Beijos! =-*

Equalize

(Peu Sousa / Pitty)

Às vezes se eu me distraio
Se eu não me vigio um instante
Me transporto pra perto de você.
Já vi que não posso ficar tão solta
Me vem logo aquele cheiro
Que passa de você pra mim
Num fluxo perfeito...

Enquanto você conversa e me beija
Ao mesmo tempo eu vejo
As suas cores no seu olho, tão de perto.
Me balanço devagar
Como quando você me embala
O ritmo rola fácil
Parece que foi ensaiado
E eu acho que eu gosto mesmo de você
Bem do jeito que você é.

Eu vou equalizar você
Numa freqüência que só a gente sabe
Eu te transformei nessa canção
Pra poder te gravar em mim.


Adoro essa sua cara de sono
E o timbre da sua voz
Que fica me dizendo coisas tão malucas,
E que quase me mata de rir
Quando tenta me convencer
Que eu só fiquei aqui
Porque nós dois somos iguais.

Até parece que você já tinha
O meu manual de instruções
Porque você decifra os meus sonhos...
Porque você sabe o que eu gosto,
E porque quando você me abraça
O mundo gira devagar.

E o tempo é só meu
E ninguém registra a cena
De repente vira um filme todo em câmera lenta
E eu acho que eu gosto mesmo de você
Bem do jeito que você é.

Eu vou equalizar você
Numa freqüência que só a gente sabe
Eu te transformei nessa canção
Pra poder te gravar em mim.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Esperando Aviões

Composição: Vander Lee

Meus olhos te viram triste
Olhando pro infinito
Tentando ouvir o som do próprio grito.
E o louco que ainda me resta
Só quis te levar pra festa
Você me amou de um jeito tão aflito...

Que eu queria poder te dizer sem palavras,
Eu queria poder te cantar sem canções,
Eu queria viver morrendo em sua teia
Seu sangue correndo em minha veia,
Seu cheiro morando em meus pulmões...
Cada dia que passo sem sua presença
Sou um presidiário cumprindo sentença
Sou um velho diário perdido na areia
Esperando que você me leia
- Sou pista vazia esperando aviões.

Sou o lamento no canto da sereia
Esperando o naufrágio das embarcações...

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

As Forças da Natureza



(Paulo César Pinheiro e João Nogueira)

Quando o Sol
Se derramar em toda sua essência
Desafiando o poder da ciência
Pra combater o mal
E o mar
Com suas águas bravias
Levar consigo o pó dos nossos dias
Vai ser um bom sinal.

Os palácios vão desabar
Sob a força de um temporal
E os ventos vão sufocar o barulho infernal
Os homens vão se rebelar
Dessa farsa descomunal
Vai voltar tudo ao seu lugar, afinal.

Vai resplandecer
Uma chuva de prata do céu vai descer, la la iá...
O esplendor da mata vai renascer
E o ar de novo vai ser natural

Vai florir
Cada grande cidade o mato vai cobrir
Das ruínas um novo povo vai surgir
E vai cantar afinal

As pragas e as ervas daninhas
As armas e os homens de mal
Vão desaparecer nas cinzas de um carnaval.