segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Le Blues du Businessman


(poème de Luc Plamondon)


J'ai du succés dans mes affaires
J'ai du succés dans mes amours
Je change souvent de secrétaire
J'ai mon bureau en haut d'une tour
D'où je vois la ville à l'envers
D'où je contrôle mon univers.

J'passe la moitié d'ma vie en l'air
Entre New York et Singapour
Je voyage toujours en première
J'ai ma résidence secondaire
Dans tous les Hilton de la Terre
- J'peux pas supporter la misère.

- Au moins es tu heureux?

J'suis pas heureux, mais j'en ai l'air
J'ai perdu le sens de l'humour
Depuis qu'j'ai le sens des affaires.
J'ai réussi et j'en suis fier
Au fond je n'ai qu'un seul regret
J'fais pas c'que j'aurais voulu faire.

- Qu'est ce que tu veux mon vieux!
Dans la vie on fait ce qu'on peut
Pas ce qu'on veut.

J'aurais voulu être un artiste
Pour pouvoir faire mon numéro
Quand l'avion se pose sur la piste
A Rotterdam ou à Rio.

J'aurais voulu être un chanteur
Pour pouvoir crier qui je suis
J'aurais voulu être un auteur
Pour pouvoir inventer ma vie.

J'aurais voulu être un acteur
Pour tous les jours changer de peau
Et pour pouvoir me trouver beau
Sur un grand écran en couleur.

J'aurais voulu être un artiste
Pour avoir le monde à refaire
Pour pouvoir être un anarchiste
Et vivre comme... un millionnaire.

J'aurais voulu être un artiste
Pour pouvoir dire pourquoi j'existe.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Don't Walk Away



(Michael Jackson, Teddy Riley, Richard Carlton Stites, Reed Vertelney)

Don't walk away...
See, I just can't find the right thing to say
I tried but all my pain gets in the way.
Tell me, what I have to do so you'll stay?
Should I get down on my knees and pray?

And how can I stop losing you?
How can I begin to say
When there's nothing left to do but walk away?

I close my eyes
Just to try and see you smile one more time
But it's been so long, now all I do is cry.
Can't we find some love to take this away?
'Cause the pain gets stronger every day.

How can I begin again?
How am I to understand
When there's nothing left to do but walk away?

See now, why
All my dreams been broken
I don't know where we're going
Everything we said and all we done now
Don't let go, I don't wanna walk away.

And why
All my dreams are broken
Don't know where we're going
Everything begins to set us free
Can't you see? I don't wanna walk away.

If you go, I won't forget you, girl.
Can't you see that you will always be?
Even though I had to let you go
There's nothing left to do
Don't walk away.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Eu e a esclerose, a esclerose e eu.

A conduta psicológica de uma pessoa com esclerose múltipla, segundo o manual da ABEM, passa pelas seguintes fases: choque, ansiedade, negação, depressão, raiva, hostilidade, aceitação e adaptação.

Como eu já passei pela depressão, isso quer dizer que eu estou com raiva. MUUUUITA raiva!!

Não consigo aceitar essa merda! Eu sou muito nova!! No entanto, mesmo negando, mesmo não aceitando, segurando a peteca pra ela não cair, estou vendo minha saúde despencar a cada dia.

Ódio do que pode ter causado essa porcaria em mim.
Ódio da falta de grana, da limitação, de não poder me tratar logo, de ter que trabalhar doente.
Ódio do médico que nem olhou na minha cara e me mandou voltar daqui a seis meses.
Ódio do sistema público e porco de saúde, ódio de todos os hospitais públicos.

Raiva, raiva, ódio, ódio.
Não posso deixar esse mantra tomar conta de mim.

Biológicas, exatas e desumanas...

"Não terei tempo de procurar na rede o nome do culpado pela divisão das disciplinas de educação em três vertentes, mas de alguma forma o conhecimento formal ficou dividido em ciências biológicas, ciências exatas e ciências humanas. Acho lindo que tudo seja tratado de forma cientifica e organizada mas temo que esta tripartição não tenha sido um bom negócio, especialmente hoje, vendo que duas pernas se desenvolveram e uma ficou atrofiada. O homem passeia em Marte com seu robô e envia imagens ao vivo, com exatidão tecnológica surpreendente. Aqui na Terra, clona-se seres vivos e as esperanças de cura se renovam com o desenvolvimento de pesquisas com células-tronco. O tripé do conhecimento desenvolveu pernas longas e bem torneadas para as exatas e biológicas. Infelizmente, com o crescimento das outras duas, a terceira perninha, as ciências humanas, que incluem coisas como a filosofia e a ética, ficou ali, atrofiada e penduradinha como um bilauzinho no inverno polar. E isso, tem tudo a ver com a crise humana do mundo atual.

Estamos todos mais grotescos, mais rudes, mais estúpidos. Somos bem informados mas nos tornamos ignorantes. Temos automóveis com GPS mas dirigimos como trogloditas neuróticos. Viajamos pelo mundo inteiro mas temos preguiça de procurar o baldinho de lixo para jogar o papelzinho da bala. A falta de finesse é geral. Isso tudo, se não for coisa do demo, se não for a prova definitiva de que o projeto ‘ser humano’ não deu certo, só pode ser atribuído à falta de atenção que demos às ciências humanas, justamente aquelas mais sutis, que não dependem de equações, que não se baseiam nas medições matemáticas e não podem ser testadas em laboratório.

O vórtice vicioso que nos suga ralo abaixo passa por todas as estatísticas de descaso com as disciplinas que podem desenvolver o refinamento das pessoas. Não existem empregos para filósofos, sociólogos, pedagogos, historiadores, cientistas sociais. E, por não ter mercado, os estudantes não optam por estas matérias na hora de fazer o vestibular. Como a procura é pouca, há poucos cursos e etc. e tal.

O que fazer? Bem, esta é uma resposta para as ciências humanas também. Quem tiver sobrevivido na área terá que formular as soluções para esta crise de humanidade que vivemos hoje. Não sei onde o flower power murchou, onde o amor livre foi preso ou como a vida em fazendas cooperativas se transformou nesse mar de prédios de escritórios neuróticos baseados na competição. Só sei que temos que voltar até a bifurcação onde tomamos a trilha errada. Nesta trilha, ansiedade e depressão nos matam, o estresse e a má alimentação engordam, a ira destrói toda nossa capacidade de sentir e amar.

Eu, lentamente, comecei a voltar. E adoraria contar com todas as pessoas de bem, os irmãos de fé, os companheiros de jornada, os camaradas de ideologia, os humanos de coração, para um grande encontro de volta naquele velho ponto da bifurcação. Onde um dia, alguém colocou uma flor no cano de uma carabina.

Humanos, uni-vos."

Crônica de Rosana Hermann - R7.com
Agradecimentos: Richeli Zanato