segunda-feira, 18 de dezembro de 2006

Genocídio brasileiro

Tenho visto nas diversas mídias as opiniões de analistas e experts em política internacional acusar o ex-ditador Saddam. Alegam que ele não passa de um assassino frio, desprovido da mínima humanidade, não demonstra sequer ter se arrependido das barbaridades que cometeu.
Tais experts, muito são inclusive brasileiros, indignam-se a tal ponto que leva a supor que seus familiares ou eles foram perseguidos pelo ex-ditador.
Agora, mais recentemente, dizem que não existe justiça pois o Saddam chileno (Pinochet) morreu sem ter sido condenado.
Acho interessante as pessoas gastarem algumas horas do seu dia-a-dia para refletir sobre tais assuntos. Entretanto, o congresso brasileiro aprovou um aumento de 12 mil reais para seus ilustres membros - que foram eleitos pelos experts e analistas -, e um aumento de 15 reais para o salário-mínimo. Diga-se de passagem que o sujeito que cunhou a remuneração da maioria dos brasileiros de salário mínimo, jamais pensou que sua frase teria um caráter essencialmente profético. Afinal ele nunca foi tão mínimo quanto agora.
Mas, voltando aos analistas e experts, não me lembro (alguém aí me ajude), de ter lido artigos, reportagens, matérias ou colunas indignadas contra esse genocídio. Certamente a notícia de aumento do salario parlamentar (ops!) prá lamentar causou mais mortes Brasil afora, de pessoas idosas ou com problemas cardíacos, que em função da própria indignação entrou em óbito, pois qual é o coração que agüenta? E as crianças que morrem de fome e outras mazelas, para garantir a urgência dos congressistas brasileiros.
Será que o Saddam ou Pinochet são mais culpados que os parlamentares brasileiros? Ou será que caberia à ONU julgar o atual Congresso Nacional por crime de lesa-humanidade?
Cadê os formadores de opinião para encabeçar um movimento nacional contra desmandos dessa ordem? Cadê a Rede Globo de Televisão - que vive se arvorando como defensora da pátria? Seria o caso de denunciar a Globo no Procon por propaganda enganosa?
Certamente você votou contra o desarmamento e está vendo o aumento desenfreado da violência, apesar de a população estar armada até os dentes graças a você. De igual modo, deve ter votado no Aldo Rebelo, afinal ele é do PC do B, e está preocupado com a miséria do brasileiro. Desculpe-me dizer que, para esses caras, você não passa de um otário. O PC do B, há mais de 30 anos está no controle da UNE - e a cada ano mais ela se desarticula dos ideais estudantis e atrela-se às tetas públicas.
O voto nulo é a única arma que o zé povinho, isto é, eu e você, temos contra eles. Infelizmente só poderemos utilizar a arma nas próximas eleições. Mas estou certo que você ainda não aprendeu a lição e está procurando uma desculpa esfarrapada para justificar a m..... que fez e antes das próximas eleições vai ter esquecido tal episódio.
Ao eleger criminosos como as "vossas excelências", você é cúmplice nos crimes praticados por eles. E agora, quem vai julgar todos os brasileiros eleitores de pilantras? A ONU? O Tribunal de Haia? Deus?
Não sou eu quem precisa de respostas, mas talvez você mesmo. Apesar de tudo, quero desejar a você um bom ano-novo. E ele será. Afinal, não teremos eleição em 2007.
Abs.
J.

segunda-feira, 11 de dezembro de 2006

Viva! morreu um filho da puta!

(retirado do site: http://patriafc.blogspot.com/ )



Dia 10 de dezembro. Dia Universal dos Direitos Humanos.
Que ironia, senhores. Que ironia, senhoras. Justo hoje morreu um assassino.
Morreu há pouco o ditador Augusto Pinochet. Lá se foi o grande filho da puta. Infelizmente se foi antes que pudesse ser julgado pelos crimes que cometeu contra o povo chileno. Lá se foi mais um filho da puta e não deixa saudades, nem compaixão. Pinochet pode não ter penado em vida o que penaram seus prisioneiros, mas o tempo irá se incumbir de borrar o seu nome da história. Hoje, então, é dia de ouvir Victor Jara. É dia de cantar com Victor Jara. De chorar com ele. Victor, nosso companheiro, era assim, uma espécie de Chico Buarque do Chile, o grande cantor popular na época da ditadura. Preso no estádio nacional com outros milhares de militantes de esquerda, artistas e estudantes, teve os dedos das mãos cortados por um soldado, que ainda ordenou:
- Canta agora. Canta, comunista filho da puta.
E Victor Jara pegou seu violão, com as mãos decepadas, apoiou-se como pôde nas cordas e mandou, mirando seu algoz no fundo da alma:
Logo depois, um tiro. E a voz de Victor Jara calou-se para sempre. Para sempre sua música ecoando nas cordilheiras.
Viva Victor Jara! Viva povo do Chile! Morreu Pinochet! Morreu o filho da puta!

quinta-feira, 7 de dezembro de 2006