terça-feira, 30 de agosto de 2011

30 de Agosto - Dia Nacional de Conscientização sobre a Esclerose Múltipla

texto de Malu Oliveira

Hoje, ao entrar numa instituição financeira para efetuar um pagamento, passei por um interrogatório da atendente do caixa: “Porque a senhora está nesta fila? Me passa a identidade...”
Não acreditei que estava passando por tal situação. Respirei fundo e respondi: tenho o direito de utilizá-la. E ela não se conteve: “Eu tenho que saber por que a senhora está utilizando a fila de prioridade...”

Respirei fundo novamente e lhe disse: mesmo fazendo uso de bengala tenho que justificar a minha prioridade? E lá vem ela: “muita gente usa bengala só para passar na frente...”. Respirei fundo pela terceira vez, abri a bolsa e “tasquei” no caixa todos os documentos e atestados que possuo para justificar o uso da bengala. Isto tudo diante de uma agência lotada. Tive vontade de chorar, mas me contive.

Sou uma mulher extremamente vaidosa e o uso da bengala já me causou muitos constrangimentos. Hoje sei que sou maior diante da vida do que de uma bengala. Necessito de seu apoio para ser livre leve e solta diante das viagens que faço como palestrante ou passeando pelo mundo. Vou a todos os lugares e confesso que recebo tratamento melhor fora do Brasil, infelizmente.

Tenho esclerose múltipla, doença degenerativa e auto-imune que afeta o sistema nervoso central. Não é uma doença contagiosa, hereditária, fatal e nem mental. Afeta jovens e adultos.

Confesso que ao receber o diagnóstico, desesperei. Passei seis longos meses em cima de uma cama sem conseguir me movimentar e tive que reaprender a andar. Passei por um grande aprendizado e resolvi mudar a minha vida. Sofri com a falta de informação e o medo de não conseguir seguir adiante. Estudei muito sobre a doença e hoje convivo com ela em harmonia. Descobri que hoje posso tudo e muito mais que imagino.

Acabei de receber um e-mail que prova que estou no caminho certo: “Que bom receber seu curriculum, mas na verdade nem era necessário, pois seu trabalho já tem toda credibilidade aqui.”

É isso que me move, alimenta e me faz feliz.


Aprendendo com a Esclerose Múltipla

A aceitação da doença nos ajuda a viver melhor.
Não é fácil aceitar o diagnóstico de uma doença de causa desconhecida e sem cura.
Necessitamos do apoio da família e dos amigos. Muitos desaparecem ou fingem que não existimos. Somem pela falta de informação ou porque não eram verdadeiros.

Prefiro que pessoas assim, fiquem longe de mim.

Hoje, passados alguns anos de diagnóstico e várias internações, sei que levo a vida mais levemente.
Ainda existe muito preconceito com relação à esclerose múltipla, e tento ajudar a desmistificá-la.
Faço isso, porque não quero que as pessoas sofram como eu pela falta de informação, diante de um diagnóstico.

É necessária a união dos portadores no trabalho de conscientização. Juntos formaremos elos de informação, e de elo em elo formaremos uma bela corrente.
É uma causa de muitos...
Todo podem e devem participar.
Vamos à luta!

O dia 30 de Agosto é dedicado à conscientização da esclerose múltipla no Brasil.


segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Saudades no seu aniversário, Michael.



"Como diz um velho provérbio dos índios: nunca julgue um homem, até que você tenha caminhado duas luas com seus mocassins.

A maioria das pessoas não me conhece; é por isso que elas escrevem coisas que, na maioria das vezes, não são verdade. Eu choro com muita freqüência, porque isso me magoa. Eu me preocupo com as crianças, todas as minhas crianças ao redor do mundo - eu vivo por elas.

Se um homem não pudesse dizer contra alguém nada além do que ele pudesse provar, a História não teria sido escrita.

Os animais se ferem, não por maldade, mas sim porque precisam viver. É o que acontece com aqueles que criticam: eles querem nosso sangue, não nossa dor.

Mas, ainda assim, eu devo procurar e alcançar a verdade em todas as coisas. Eu devo agüentar, pela força que foi me dada, pelo mundo, pelas crianças.

Mas tenham piedade, porque já estou sangrando faz muito tempo.

MJ."

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Esclerose Múltipla: Tipos, Sintomas e Tratamentos

Propaganda australiana sobre a esclerose múltipla. Várias partes do corpo da mulher estão com a legenda "Usar até". O cartaz afirma: "Quando você tem EM você nunca sabe o que vai vencer primeiro."


O que é a Esclerose Múltipla?

A esclerose múltipla (EM) é uma doença inflamatória que não tem cura, e é extremamente invasiva. Atinge as fibras nervosas responsáveis pela transmissão de comandos do cérebro à várias partes do corpo, provocando um descontrole interno generalizado. Muitas vezes o termo esclerosado é usado para as pessoas que perdem a memória ou apresentam outras confusões mentais quando vão envelhecendo. Não tem nada a ver! A esclerose múltipla não tem nenhuma relação com as limitações que surgem com o envelhecimento. Trata-se de um problema comum em adultos jovens, na faixa de 20 a 40 anos. O maior pico é por volta dos 30 anos. Raramente pessoas na terceira idade desenvolvem a doença.

A esclerose múltipla não é um processo degenerativo contagioso e, na maioria dos casos, não é fatal. Apesar de não ser herdada, atinge pessoas geneticamente predispostas a doença e se manifesta de diferentes modos. Atualmente, há cerca de 25 mil brasileiros que sofrem deste mal. E, em geral, as mulheres são as mais atingidas (na proporção de duas mulheres para um homem).

O diagnóstico não é simples e pode levar alguns anos para ser feito corretamente, pois os sintomas se assemelham, em alguns casos, com outros tipos de doenças do sistema nervoso (devido aos sintomas iniciais, muitas vezes o paciente nem procura orientação médica). Entre os principais sintomas da doença estão: alteração no controle de urina e fezes, comprometimento da memória, depressão, dificuldades de movimentos, fala e deglutição, dores articulares, dormências, fadiga intensa, mudanças de humor, paralisia total ou parcial de uma parte do corpo, perda da visão em um ou ambos os olhos, queimações, sensações de formigamento. tremores e tonturas.

Segundo o neurologista Dagoberto Callegaro, "estes sinais podem levar horas ou dias para aparecer. Em média, a doença inicia com um surto por ano ou um a cada dez meses. Chamamos de surto um novo sintoma neurológico que provoca uma alteração sensitiva ou motora".

A forma mais comum de esclerose múltipla é a recorrente-remitente (quando os surtos podem deixar sequelas ou não). A primário-progressiva é a pior forma de esclerose, onde a evolução da doença é galopante. A rápida progressão pode causar paralisia dos membros, perda da visão ou demência se não for tratada a tempo.

A esclerose múltipla pode se manifestar de 4 formas:

  • Remitente-recorrente: é a manifestação clínica mais comum, caracterizada por surtos que duram dias ou semanas e, em seguida, desaparecem.
  • Progressivo-primária: apresenta uma progressão de sintomas e comprometimentos (sequelas) desde o seu aparecimento.
  • Progressivo-secundária: pacientes que evoluíram da forma remitente-recorrente e vão piorando lenta e progressivamente.
  • Progressivo-recorrente: do tipo progressiva com surtos. Desde o início da doença, mostra a progressão clara das incapacidades geradas a cada crise.

A ciência ainda não descobriu a causa da doença nem sua cura (atribui-se à doença a uma reação auto-imune do organismo, que em algum momento e por algum motivo, começa a atacar o Sistema Nervoso Central). Acredita-se que o motivo mais provável seja um vírus não identificado até o momento.

Entendendo melhor o desenvolvimento da esclerose múltipla.

Ainda não se sabe o porquê do ataque ao Sistema Nervoso Central, que é dirigido à mielina - uma substância gordurosa que cobre as fibras nervosas do cérebro e facilita a comunicação entre as células. Esse ataque acontece silenciosamente e recebe o nome de desmielinização (o processo de destruição das camadas da mielina). Uma vez que as camadas da mielina vão sendo destruídas, as mensagens que saem do cérebro são atrasadas ou bloqueadas de vez, alterando, assim, o funcionamento da região que esperava um comando de ordem. Onde quer que a camada protetora seja destruída, forma-se um tecido parecido com uma cicatriz. Daí o nome esclerose. E é múltipla, pois atinge várias áreas do cérebro e da medula espinhal .

A gravidade de cada caso está relacionada com a área afetada. Se atinge a medula, o paciente geralmente manifesta fraqueza, dormência ou paralisia dos braços e pernas. Não se tem como avaliar o desgaste da mielina; por isso, o diagnóstico é basicamente clínico, baseado nas queixas dos pacientes, em seu histórico médico, na avaliação dos sintomas e na existência de sinais neurológicos (através de testes para avaliação de coordenação, reflexos e sensibilidades). Exames como ressonância magnética, avaliação do líquido da medula espinhal (liquor) e potencial evocado também são fundamentais neste momento.

A atenção da família e de pessoas próximas é essencial ao doente.

Como o indivíduo perde a capacidade de fazer coisas simples, o apoio familiar ajuda a manter sua vida quase normal e sua saúde mental em melhor condição.

É importante controlar o estresse físico e emocional.

Sessões de fisioterapia auxiliam no tratamento. Procurar reduzir o excesso de peso e praticar algum tipo de atividade física (caminhada, hidroginástica, por exemplo).

A luz no fim do túnel.

Atualmente não existe a cura para a doença. Entretanto, como vimos, as pesquisas não param. Existem avanços na área e novos medicamentos que podem, pelo menos, tornar os efeitos da esclerose múltipla menos agressivos. É o caso dos remédios chamados imunomoduladores e imunosupressores (capazes de aliviar ou reduzir os sintomas da esclerose).

O acompanhamento terapêutico também é fundamental ao paciente de esclerose múltipla, cuidar da mente é tão importante quanto tomar a medicação correta. O neurologista Cícero Galli Coimbra afirma que "o sistema imunológico é ativado toda vez que enfrentamos uma situação de estresse grave. Avisado de que algo está errado em nosso organismo, ele começa a vasculhá-lo na tentativa de identificar "invasores" como vírus e bactérias. Por fim, acaba atacando a bainha de mielina que envolve os neurônios. Com a estabilidade emocional, 85% dos surtos podem ser reduzidos. Psicoterapia e terapia ocupacional são indicadas para organizar os pensamentos e as atividades".

Não há como prevenir a esclerose múltipla. Nem se pode afirmar quem ou não é propenso à doença. A recomendação é manter uma dieta equilibrada. E para aqueles que já foram atingidos pelo mal, uma dieta adequada é recomendada.

  • As fibras presentes em cereais integrais e leguminosas ajudam a fazer a digestão.
  • Dietas de baixo teor de gorduras saturadas (presente em produtos de origem animal) e ricas em ômega 3 podem retardar a evolução da doença (baseado em estudos realizados).
  • Evite ingerir alimentos duros, pois são difíceis de digerir e podem provocar engasgos.
  • Refeições pastosas ou líquidas (purês e/ou sopas) são as mais recomendadas.

Fontes: Revista Viva saúde, Guia da Vida Saudável e Alimentação e Saúde de A a Z".Texto retirado do Blog:

http://esclerosemultipla.wordpress.com . Site Externo.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Agosto



Agosto
(Max de Castro)

Quando será que eu vou encontrar paz pro meu coração?
Se eu não enlouquecer de amor, eu vou ver minha vida acabar.
E pensar em você é um alívio... arrasa a solidão
Mas logo torna-se um precipício, pesadelo que vaga pelo ar.

As coisas que eu penso e que ninguém quer entender,
As coisas que eu faço e que ninguém deseja ver,
É por essas e por outras que eu preciso de você.
Só você sabe como e por quê.

Queria chegar e te abraçar
E pelo coração te amarrar
Em vez de te ligar, eu queria te beijar
E todos os meus sonhos iriam acordar.

quinta-feira, 30 de junho de 2011

1º de Julho



(Renato Russo)

Eu vejo que aprendi
O quanto te ensinei
E é nos teus braços que ele vai saber.
Não há por que voltar
Não penso em te seguir
Não quero mais a tua insensatez.
O que fazes sem pensar, aprendeste do olhar
E das palavras que guardei pra ti.

Não penso em me vingar
Não sou assim
A tua insegurança era por mim.
Não basta o compromisso
Vale mais o coração
Já que não me entendes,
Não me julgues, não me tentes.

O que sabes fazer agora
Veio tudo de nossas horas
Eu não minto, eu não sou assim.

Não penso em me vingar
Não sou assim
A tua insegurança era por mim.
Não basta o compromisso
Vale mais o coração
Ninguém sabia e ninguém viu
Que eu estava a teu lado então.

Sou fera, sou bicho, sou anjo e sou mulher
Sou minha mãe e minha filha,
Minha irmã, minha menina
Mas sou minha, só minha e não de quem quiser
Sou Deus, tua deusa, meu amor.

Alguma coisa aconteceu
Do ventre nasce um novo coração...

O que fazes por sonhar
É o mundo que virá pra ti e pra mim
Vamos descobrir o mundo juntos, baby
Quero aprender com o teu pequeno grande coração
Meu amor, meu amor...

terça-feira, 28 de junho de 2011

Asas sem mim


Era agosto e eu olhava para o céu. Com uma mão a proteger os meus olhos, descobri um falcão nas termas de ar quente. Cada vez mais alto ia no seu vôo até que, com um estrondoso brado, desapareceu.

Imediatamente senti-me abandonado. "Por que tens asas e eu não?", eu murmurei. Neste momento, o meu espírito disse: "O caminho do falcão não é o único. O teu pensamento é tão livre quanto qualquer pássaro."

Então fechei os olhos e o meu espírito levitou, girando até onde estava o falcão, depois mais além, para que visse o mundo todo. Mas algo estava errado. Por que me sentia tão frio e sozinho?

"Tens asas e eu não", disse o meu coração. "Qual o valor da liberdade sem amor?" Então, silenciosamente, fui à cama de uma criança doente e cantei uma canção de embalar. Ela adormeceu com um sorriso e o meu coração levitou, juntando-se ao meu espírito que circulava a terra. Eu estava livre para amar, mas ainda havia algo de errado.

"Tens asas e eu não", disse o meu corpo. "Os teus vôos são só imaginação."

Então li livros que antes não conhecia, e li sobre santos de todas as épocas que realmente voaram. Na Índia, China, na Pérsia e Espanha (até em Los Angeles!), o poder do espírito alcançou não apenas o coração, mas todas as células no corpo. "Como se carregada por uma grande águia", disse Madre Teresa, "o meu êxtase puxou-me para o ar."

Comecei a acreditar nesta proeza surpreendente e, pela primeira vez, não me senti esquecido. Eu era o falcão, e a criança, e o santo. A meu ver, as suas vidas são sagradas e alcancei a verdade: quando a vida é vista como divina, todos ganham asas.

"Wings Without Me" - poema de Michael Jackson.
Extraído do livro: "Dancing The Dream - Poems And Reflections" - 1992.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Agradecimento pela ajuda de vocês na promoção da @VivoOn :)


Boa noite amigos lindos!
Faltam menos de 24 horas para terminar o concurso, e agora caímos para o terceiro lugar. Som das vuvuzelas: fuééééé!!! rsrsrs.

A foto mais comentada até agora é esta: http://twitpic.com/5c16i1 - com 267 comentários.
O segundo lugar é este: http://twitpic.com/5c18jq - com 248 comentários.
Eu e Beto estamos em terceiro lugar: http://twitpic.com/5c1881 - com 150 comentários.
É, eu acho que num vai dar!! rsrsrs xD

Agradeço imensamente, e de coração, a todos os amigos que me ajudaram:
- Toda a galera da USP Mãe!! - colegas, alunos de todas as faculdades que são meus amigos, professores queridos.
- todo o povo do Butantã, Bonfiglioli, Morro do Querosene, Vila Indiana e adjacências (Zona Oeste é nóis!!)
- aos amigos de jogos do Facebook! alguns que eu nem conheço pessoalmente, mas têm dado a maior força - meu muito obrigada!!
- Todos os meus amigos malucos, caretas, intelectuais, músicos, descolados, tímidos... rsrsrs!! adoro cada um de vocês, do jeito que vocês são!
- e, finalmente, a minha grande família da comunidade de fãs de Michael Jackson, espalhada por todo o Brasil! um beijo no coração de cada um de vocês. Love lives forever.

E quero dizer que, mesmo que a gente não ganhe, valeu pela brincadeira (rsrsrs!!), e vocês também podem contar conosco, sempre, pro que der e vier.

Muitos abraços meus e do Beto,
Até a vitória!! êêêê!! :D

da amiga
Luciene

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Concurso Cultural da Vivo!! É nóis!!! :D

Oi galera! mais um pé na jaca. Preciso da ajuda de vocês:

Minha foto com o Beto tá entre as finalistas do concurso cultural da Vivo On ("O amor está sempre ON").
Sou uma das dez finalistas. Se a minha foto for a mais comentada até o dia 22/06, eu vou ganhar um tablet Motorola Xoom!!!

Bora lá comentar no Twitpic! \o/

Please, divulguem o link e comentem a foto!!!
O link para ver a foto e dar seu pitaco é: http://twitpic.com/5c1881

POR FAVOOOOR!!!! :D :D
Qualquer dúvida, escrevam pra mim.

Super beijos!!
da amiga Lu







segunda-feira, 6 de junho de 2011

Belo Monte: "guerrilha" de contra-informação

Povo,

O Consórcio Norte Energia criou alguns spots de propaganda enganosa sobre Belo Monte que estão sendo veiculados em 17 aeroportos brasileiros.

Estamos criando materiais de "guerrilha" de contra-informação. Guerrilha porque obviamente não temos dinheiro para comprar espaços em aeroportos... por isso contamos com a ajuda de todos os amigos para reproduzir ao máximo os nossos spots. Twittaços, facebook, e-mails, tudo ajuda.

O primeiro já está disponível no Youtube:


... em resposta ao spot deles:



domingo, 5 de junho de 2011

Poemas para o dia 05 - Dia Mundial do Meio Ambiente



Hoje quero descansar
sob a sombra de uma cerejeira
porém, as árvores que conheço
estão derramando lágrimas
e não gosto das sombras tristes...
(Rebeca Becerra)


Repetirei quantas vezes for preciso,
Como uma musica que não pode calar, um mantra,
Muitas árvores na cidade temos que plantar.
Sem a presença delas o calor, o barulho, a poluição podem nos enfraquecer, adoecer.
São vitais, geram bem- estar, beleza, saúde, zonas de silêncio e inspiração... harmonia
Muitos já se foram, procurar paisagens onde elas existam, mas os que precisam viver nas grandes metrópoles,
sentem no corpo e na alma a falta desde convívio
As árvores são vitais, cuidemos das que ainda estão em pé.
e tratemos de criar espaços e oportunidades para replantá-las novamente nos espaços das cidades
Criemos estas práticas,
Com carinho e sentimento de gratidão e urgência.
(Cecilia Borelli)

Debaixo do tamarindo

No tempo de meu Pai, sob estes galhos,
Como uma vela fúnebre de cera,
Chorei bilhões de vezes com a canseira
De inexorabilissimos trabalhos!

Hoje, esta árvore, de amplos agasalhos,
Guarda, como uma caixa derradeira,
O passado da Flora Brasileira
E a paleontologia dos Carvalhos!

Quando pararem todos os relógios
De minha vida e a voz dos necrológios
Gritar nos noticiários que eu morri,

Voltando à pátria da homogeneidade,
Abraçada com a própria Eternidade
A minha sombra há de ficar aqui!
(Augusto dos Anjos)

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Miss Imperfeita

(Texto de Martha Medeiros)

Eu não sirvo de exemplo para nada, mas, se você quer saber se isso é possível, me ofereço como piloto de testes. Sou a Miss Imperfeita, muito prazer. A imperfeita que faz tudo o que precisa fazer, como boa profissional, mãe, filha e mulher que também sou: trabalho todos os dias, ganho minha grana, vou ao supermercado, decido o cardápio das refeições, cuido dos filhos, marido (se tiver), telefono sempre para minha mãe, procuro minhas amigas, namoro, viajo, vou ao cinema, pago minhas contas, respondo a toneladas de e mails, faço revisões no dentista, mamografia, caminho meia hora diariamente, compro flores para casa, providencio os consertos domésticos e ainda faço as unhas e depilação!

E, entre uma coisa e outra, leio livros.

Portanto, sou ocupada, mas não uma workholic.

Por mais disciplinada e responsável que eu seja, aprendi duas coisinhas que operam milagres.

Primeiro: a dizer NÃO.

Segundo: a não sentir um pingo de culpa por dizer NÃO. Culpa por nada, aliás.

Existe a Coca Zero, o Fome Zero, o Recruta Zero. Pois inclua na sua lista a Culpa Zero.

Quando você nasceu, nenhum profeta adentrou a sala da maternidade e lhe apontou o dedo dizendo que a partir daquele momento você seria modelo para os outros..

Seu pai e sua mãe, acredite, não tiveram essa expectativa: tudo o que desejaram é que você não chorasse muito durante as madrugadas e mamasse direitinho.

Você não é Nossa Senhora.

Você é, humildemente, uma mulher.

E, se não aprender a delegar, a priorizar e a se divertir, bye-bye vida interessante. Porque vida interessante não é ter a agenda lotada, não é ser sempre politicamente correta, não é topar qualquer projeto por dinheiro, não é atender a todos e criar para si a falsa impressão de ser indispensável. É ter tempo.

Tempo para fazer nada.

Tempo para fazer tudo.

Tempo para dançar sozinha na sala.

Tempo para bisbilhotar uma loja de discos.

Tempo para sumir dois dias com seu amor.

Três dias..

Cinco dias!

Tempo para uma massagem.

Tempo para ver a novela.

Tempo para receber aquela sua amiga que é consultora de produtos de beleza.

Tempo para fazer um trabalho voluntário.

Tempo para procurar um abajur novo para seu quarto.

Tempo para conhecer outras pessoas.

Voltar a estudar.

Para engravidar.

Tempo para escrever um livro que você nem sabe se um dia será editado.

Tempo, principalmente, para descobrir que você pode ser perfeitamente organizada e profissional sem deixar de existir.

Porque nossa existência não é contabilizada por um relógio de ponto ou pela quantidade de memorandos virtuais que atolam nossa caixa postal.

Existir, a que será que se destina?

Destina-se a ter o tempo a favor, e não contra.

A mulher moderna anda muito antiga. Acredita que, se não for super, se não for mega, se não for uma executiva ISO 9000, não será bem avaliada. Está tentando provar não-sei-o-quê para não-sei-quem.

Precisa respeitar o mosaico de si mesma, privilegiar cada pedacinho de si.

Se o trabalho é um pedação de sua vida, ótimo!

Nada é mais elegante, charmoso e inteligente do que ser independente.

Mulher que se sustenta fica muito mais sexy e muito mais livre para ir e vir. Desde que lembre de separar alguns bons momentos da semana para usufruir essa independência, senão é escravidão, a mesma que nos mantinha trancafiadas em casa, espiando a vida pela janela.

Desacelerar tem um custo. Talvez seja preciso esquecer a bolsa Prada, o hotel decorado pelo Philippe Starck e o batom da M.A.C.

Mas, se você precisa vender a alma ao diabo para ter tudo isso, francamente, está precisando rever seus valores.

E descobrir que uma bolsa de palha, uma pousadinha rústica à beira-mar e o rosto lavado (ok, esqueça o rosto lavado) podem ser prazeres cinco estrelas e nos dar uma nova perspectiva sobre o que é, afinal, uma vida interessante.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Poema sem título


Para estar contigo dois minutos
Duas palavras lembradas, sentimentos dissolutos
O tempo das curvas em branco nas pálpebras das paisagens
- faço-me verso.

Para estar contigo ainda duas horas
Deixar-te mapear os meus suspiros
Ouro desterrado, aragens, zéfiros, auroras
- faço-me espaço.

Para ser contigo o mistério das palavras
De teu desejo contido, teu gemido
Espírito e corpo, memória e geografia
- faço-me tempo e saudade.

Para estar contigo e ser verdade,
Faço-me poesia
- Eternidade.

* enfiei esse pé na jaca em 30 de maio de 2001.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Eu ainda não esqueci o que significa o 21 de abril. :)


Créditos da charge: http://maniadehistoria.wordpress.com


Romance XXXIV ou de Joaquim Silvério


Melhor negócio que Judas
fazes tu, Joaquim Silvério:
que ele traiu Jesus Cristo,
tu trais um simples Alferes.
Recebeu trinta dinheiros...
- e tu muitas coisas pedes:
pensão para toda a vida,
perdão para quanto deves,
comenda para o pescoço,
honras, glórias, privilégios.
E andas tão bem na cobrança
que quase tudo recebes!

Melhor negócio que Judas
fazes tu, Joaquim Silvério!
Pois ele encontra remorso,
coisa que não te acomete.
Ele topa uma figueira,
tu calmamente envelheces,
orgulhoso e impenitente
com teus sombrios mistérios.
(Pelos caminhos do mundo,
nenhum destino se perde:
há os grandes sonhos dos homens,
e a surda força dos vermes.)

Cecília Meireles



terça-feira, 19 de abril de 2011

Índios


Legião Urbana
Composição: Renato Manfredini Júnior (Renato Russo).

Quem me dera ao menos uma vez
Ter de volta todo o ouro que entreguei
A quem conseguiu me convencer que era prova de amizade
Se alguém levasse embora até o que eu não tinha.

Quem me dera ao menos uma vez
Esquecer que acreditei que era por brincadeira
Que se cortava sempre um pano-de-chão
De linho nobre e pura seda.

Quem me dera ao menos uma vez
Explicar o que ninguém consegue entender:
Que o que aconteceu ainda está por vir
E o futuro não é mais como era antigamente.

Quem me dera ao menos uma vez
Provar que quem tem mais do que precisa ter
Quase sempre se convence que não tem o bastante
E fala demais por não ter nada a dizer.

Quem me dera ao menos uma vez
Que o mais simples fosse visto como o mais importante
Mas nos deram espelhos
E vimos um mundo doente.

Quem me dera ao menos uma vez
Entender como um só deus ao mesmo tempo é três
E esse mesmo deus foi morto por vocês
É só maldade, então, deixar um deus tão triste.

Eu quis o perigo e até sangrei sozinho
Entenda...
Assim pude trazer você de volta pra mim
Quando descobri que é sempre só você
Que me entende do iní­cio ao fim.
E é só você que tem a cura do meu vício
De insistir nessa saudade que eu sinto
De tudo que eu ainda não vi.

Quem me dera ao menos uma vez
Acreditar por um instante em tudo que existe
E acreditar que o mundo é perfeito
E que todas as pessoas são felizes.

Quem me dera ao menos uma vez
Fazer com que o mundo saiba que seu nome
Está em tudo e mesmo assim
Ninguém lhe diz, ao menos, obrigado.

Quem me dera ao menos uma vez
Como a mais bela tribo
Dos mais belos índios
Não ser atacado por ser inocente.

Eu quis o perigo e até sangrei sozinho
Entenda...
Assim pude trazer você de volta pra mim
Quando descobri que é sempre só você
Que me entende do iní­cio ao fim.
E é só você que tem a cura do meu vício
De insistir nessa saudade que eu sinto
De tudo que eu ainda não vi.

Nos deram espelhos e vimos um mundo doente.
Tentei chorar e não consegui.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Festa do Nascimento do Boi - 23/04 (Sábado de Aleluia)



Venham assistir no dia 23/04 (sábado) à mais bela festa de rua de São Paulo, no Morro do Querosene (Vila Pirajussara, bairro próximo ao Instituto Butantã). O Bumba-Meu-Boi, comandado por Tião Carvalho e o pessoal do Grupo Cupuaçu há mais de 20 anos, reúne gente colorida e bonita, muitos estudantes, dançantes e brincantes.


Tem barraquinhas com artesanato, lanches, tapioca, pernil, cuzcuz, cachaças artesanais e muita cerveja. Esta será a Festa do Nascimento do Boi, que nasce no Sábado de Aleluia, é batizado no mês de junho e morre no fim do ano, perto de Finados. E renasce no ano seguinte, lógico, pois aí está a graça da coisa. Também se apresentam grupos de maracatu, boizinho-mirim, caboclinhos, rodas de capoeira, cantadores e cirandeiros, além da belíssima Orquestra de Berimbaus do Morro do Querosene.


A comunidade maranhense da cidade soube manter acesa no Butantã uma das mais belas tradições populares brasileiras, com toadas lindas e aquele indescritível ritmo das matracas. Só vendo (e ouvindo)!


Local: Praça do Boi, no Morro do Querosene - Butantã. (veja o mapinha abaixo)

Abração para todos!!

Lu


Clique no mapa para ampliar:

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Engodo


Considerações sobre o curso de Letras da USP, em complemento ao texto do programa "Universidade e as Profissões".
(as partes grifadas são comentários meus. Texto original no site da PRCeu: http://www.usp.br/prc/uniprof/abreprof.php?link=75).

O curso de Letras caracteriza-se por estabelecer uma reflexão crítica (ah, tá) voltada para os fenômenos da linguagem em todas as suas manifestações. O mais engraçado é que não tive disciplinas sobre a linguagem LIBRAS, que também é uma manifestação de fenômeno da linguagem.

O graduado em Letras poderá, além de dedicar-se à docência no ensino de nível fundamental e médio (obs.: após ficar com a bunda quadrada nas aulas da Educação, ouvir histórias sobre a escola ideal, e depois se sentir zoado durante o estágio), à docência no ensino superior (facinho!! pelo menos dez anos depois de terminar a pós, e se tiver vaga no mercado) e às atividades de pesquisa, vir a desempenhar outras funções na sociedade, como editoração, produção de textos, crítica literária, tradução e demais profissões (*) que exigem conhecimento de línguas, prática em trabalhar com textos e conhecimento de culturas estrangeiras.

(*) Boas alternativas de "demais profissões": peão de escritório, pau-mandado de um alguém que estudou menos e ganha mais que você, tradutor de bico, fazedor de TCCs e de teses dos outros, redator de atas e ofícios, atendente bilíngüe de hotel e de companhia aérea. Recomenda-se pendurar o diploma na parede e casar-se imediatamente com um homem rico!!

O curso inicia-se com um ano básico inútil, introdutório, destinado a fornecer elementos importantissississímos para a compreensão do funcionamento da linguagem humana e subsídios para as disciplinas que serão cursadas posteriormente. Ou seja: o que você viu no ciclo básico, vai ser ensinado tudo de novo.

No fim do ano básico, o aluno, de acordo com critérios pré-estabelecidos (hummmmm... aí tem coisa), fará a opção (ah é?? pode optar?) pela área em que deseja habilitar-se. Poderá optar por uma habilitação simples, numa das seguintes especialidades: Português, Alemão, Árabe, Armênio, Chinês, Espanhol, Francês, Grego, Hebraico, Inglês, Italiano, Japonês, Latim, Russo ou Lingüística. Em todos os casos, os estudos de uma língua visam não apenas ao seu aprendizado como também ao seu não-aprendizado, mas também refletir ao estudo da(s) correspondente(s) literatura(s). Bem como ao estudo literário sob o ponto de vista dos professores, que escolhem os autores que lhes dão na telha e deixam de lado alguns cânones da literatura. O aluno poderá optar também por uma habilitação dupla, em Português e uma Língua e Literatura Estrangeira das acima mencionadas (não façam isso!! é loucura!!), ou em Português e Lingüística. A habilitação em Português é possibilitada e garantida a todos que desejarem fazê-la (pelo menos isso).

quarta-feira, 9 de março de 2011

Manifesto feminista às avessas (ou: mulher moderna é o caralho).

(Texto publicado em 19/06/2003 por Ana Kessler)


São 6h.
O despertador canta de galo e eu não tenho forças nem para atirá-lo contra a parede.
Estou tão acabada, não queria ter que trabalhar hoje.
Quero ficar em casa, cozinhando, ouvindo música, cantarolando, até.
Se tivesse filhos, gastaria a manhã brincando com eles, se tivesse cachorro, passeando pelas redondezas.
Aquário? Olhando os peixinhos nadarem.
Espaço? Fazendo alongamento.
Leite condensado? Brigadeiro.
Tudo menos sair da cama, engatar uma primeira e colocar o cérebro pra funcionar.

Gostaria de saber quem foi a mentecapta, a matriz das feministas que teve a infeliz idéia de reivindicar direitos à mulher e por quê ela fez isso conosco, que nascemos depois dela.

Estava tudo tão bom no tempo das nossas avós, elas passavam o dia a bordar, a trocar receitas com as amigas, ensinando-se mutuamente segredos de molhos e temperos, de remédios caseiros, lendo bons livros das bibliotecas dos maridos, decorando a casa, podando árvores, plantando flores, colhendo legumes das hortas, educando crianças, freqüentando bailes e saraus, a vida era um grande curso de literatura, artesanato, medicina alternativa e culinária.

Aí vem uma fulaninha qualquer que não gostava de sutiã, tampouco de espartilho, e contamina várias outras rebeldes inconseqüentes com idéias mirabolantes sobre "vamos conquistar o nosso espaço".

Que espaço, minha filha? Você já tinha a casa inteira, o bairro todo, o mundo aos seus pés.

Detinha o domínio completo sobre os homens, eles dependiam de você para comer, vestir, e se exibir para os amigos, que raio de direitos requerer?
Agora eles estão aí, todos confusos, não sabem mais que papéis desempenhar na sociedade, fugindo de nós como o diabo da cruz.

Essa brincadeira de vocês acabou nos enchendo de deveres, isso sim. E nos lançando no calabouço da solteirice aguda.

Antigamente, os casamentos duravam para sempre, tripla jornada era coisa do Bernard do vôlei - e olhe lá, porque naquela época não existia Bernard e, se duvidar, nem vôlei.

Por quê, me digam por quê um sexo que tinha tudo do bom e do melhor,que só precisava ser frágil, foi se meter a competir com o macharedo?
Olha o tamanho do bíceps deles, e olha o tamanho do nosso. Tava na cara que isso não ia dar certo.

Não agüento mais ser obrigada ao ritual diário de fazer escova, maquiar, passar hidratantes, escolher que roupa vestir, que sapatos, acessórios, que perfume combina com o meu humor, nem de ter que sair correndo, ficar engarrafada, correr risco de ser assaltada, de morrer atropelada, passar o dia ereta na frente do computador, com o telefone no ouvido, resolvendo problemas dos outros.

Somos fiscalizadas e cobradas por nós mesmas a estar sempre em forma, sem estrias, depiladas, sorridentes, cheirosas, unhas feitas, sem falar no currículo impecável, recheado de mestrados, doutorados e especializações.
Viramos super mulheres, e continuamos a ganhar menos do que eles. Não era muito melhor ter ficado fazendo tricô na cadeira de balanço?

Chega, eu quero alguém que pague as minhas contas, abra a porta para eu passar, puxe a cadeira para eu sentar, me mande flores com cartões cheios de poesia, faça serenatas na minha janela - ai, meu Deus, 6h30, tenho que levantar!

E tem mais, quero alguém que chegue do trabalho, me dê um beijo, sente no sofá, coloque os pés pra cima e diga "meu bem, me traz uma dose de whisky, por favor?".
Descobri que nasci pra servir.
Cês pensam que eu tô ironizando?
Tô falando sério!
Estou abdicando do meu posto de mulher moderna... Troco pelo de Amélia.
Alguém mais se habilita?

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Le Blues du Businessman


(poème de Luc Plamondon)


J'ai du succés dans mes affaires
J'ai du succés dans mes amours
Je change souvent de secrétaire
J'ai mon bureau en haut d'une tour
D'où je vois la ville à l'envers
D'où je contrôle mon univers.

J'passe la moitié d'ma vie en l'air
Entre New York et Singapour
Je voyage toujours en première
J'ai ma résidence secondaire
Dans tous les Hilton de la Terre
- J'peux pas supporter la misère.

- Au moins es tu heureux?

J'suis pas heureux, mais j'en ai l'air
J'ai perdu le sens de l'humour
Depuis qu'j'ai le sens des affaires.
J'ai réussi et j'en suis fier
Au fond je n'ai qu'un seul regret
J'fais pas c'que j'aurais voulu faire.

- Qu'est ce que tu veux mon vieux!
Dans la vie on fait ce qu'on peut
Pas ce qu'on veut.

J'aurais voulu être un artiste
Pour pouvoir faire mon numéro
Quand l'avion se pose sur la piste
A Rotterdam ou à Rio.

J'aurais voulu être un chanteur
Pour pouvoir crier qui je suis
J'aurais voulu être un auteur
Pour pouvoir inventer ma vie.

J'aurais voulu être un acteur
Pour tous les jours changer de peau
Et pour pouvoir me trouver beau
Sur un grand écran en couleur.

J'aurais voulu être un artiste
Pour avoir le monde à refaire
Pour pouvoir être un anarchiste
Et vivre comme... un millionnaire.

J'aurais voulu être un artiste
Pour pouvoir dire pourquoi j'existe.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Don't Walk Away



(Michael Jackson, Teddy Riley, Richard Carlton Stites, Reed Vertelney)

Don't walk away...
See, I just can't find the right thing to say
I tried but all my pain gets in the way.
Tell me, what I have to do so you'll stay?
Should I get down on my knees and pray?

And how can I stop losing you?
How can I begin to say
When there's nothing left to do but walk away?

I close my eyes
Just to try and see you smile one more time
But it's been so long, now all I do is cry.
Can't we find some love to take this away?
'Cause the pain gets stronger every day.

How can I begin again?
How am I to understand
When there's nothing left to do but walk away?

See now, why
All my dreams been broken
I don't know where we're going
Everything we said and all we done now
Don't let go, I don't wanna walk away.

And why
All my dreams are broken
Don't know where we're going
Everything begins to set us free
Can't you see? I don't wanna walk away.

If you go, I won't forget you, girl.
Can't you see that you will always be?
Even though I had to let you go
There's nothing left to do
Don't walk away.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Eu e a esclerose, a esclerose e eu.

A conduta psicológica de uma pessoa com esclerose múltipla, segundo o manual da ABEM, passa pelas seguintes fases: choque, ansiedade, negação, depressão, raiva, hostilidade, aceitação e adaptação.

Como eu já passei pela depressão, isso quer dizer que eu estou com raiva. MUUUUITA raiva!!

Não consigo aceitar essa merda! Eu sou muito nova!! No entanto, mesmo negando, mesmo não aceitando, segurando a peteca pra ela não cair, estou vendo minha saúde despencar a cada dia.

Ódio do que pode ter causado essa porcaria em mim.
Ódio da falta de grana, da limitação, de não poder me tratar logo, de ter que trabalhar doente.
Ódio do médico que nem olhou na minha cara e me mandou voltar daqui a seis meses.
Ódio do sistema público e porco de saúde, ódio de todos os hospitais públicos.

Raiva, raiva, ódio, ódio.
Não posso deixar esse mantra tomar conta de mim.